Ainda que mais de 5.000 internautas tenham confirmado presença via Facebook, somente cerca de 200 pessoas participavam do "Sopaço na casa do Kassab", realizado em frente à Prefeitura de São Paulo na noite desta sexta-feira (6), contra a possível proibição da distribuição de sopa para moradores de rua na capital paulista. A estimativa é do organizador da passeata Luiz Pattoti, 34.
Aos gritos de "Fora, Kassab", o protesto começou às 17h em frente ao prédio da prefeitura, na região central da cidade, e por volta das 19h seguiu em passeata até a Sé, local onde será distribuído o sopão. Segundo o organizador, um grupo de estudantes da USP (Universidade de São Paulo) conseguiu uma doação de 40 quilos de alimentos do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) para o preparo da comida.
O movimento foi criado para protestar contra a medida anunciada pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana que prevê que o sopão, que atualmente é oferecido voluntariamente por 48 entidades em vias públicas da região central, seja distribuído apenas em uma das nove tendas da prefeitura.
"Não sou ligado a nenhum partido político, nem religioso. O movimento foi organizado em sinal de repúdio à atitude da prefeitura", diz Pattoti, que confessa ter se inspirado no "Churrasco da Gente Diferenciada" --movimento criado para protestar contra a mudança de lugar de uma futura estação de metrô em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo--, do qual também participou.
O padre Júlio Lacenlotti, presente ao evento representando a Pastoral dos Moradores da Rua, relacionou a atitude do prefeito a "de nazistas e de Hitler". "É uma medida equivocada e reside doses de desumanidade, além do mais, ela não tem proposição alguma, ou seja, vamos acabar com isso para investir numa segurança alimentar adequada", disse o religioso.
Com um alto-falante, Anderson Lopes Miranda, coordenador do movimento nacional da população de rua, convidava o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab e o secretário municipal de segurança urbana, Edson Ortega a comer o sopão que será distribuído logo mais.
"Ninguém pode nos proibir de ajudar o próximo, a medida do Kassab é uma repressão ao livre-arbítrio, independente de qualquer questão religiosa. O dinheiro é meu e eu dou comida para quem eu quiser. Se o Kassab quer resolver os problemas da sociedade, tem que investir em educação. Se ele fizesse isso, muitas dessas pessoas não passariam fome", disse Aristides Menezes, participante do protesto.
"Nunca passei fome por causa da boa ação de muitas ONGs, mas, se a distribuição for realmente restrita, muita gente vai passar fome", disse Renato Sanches Prumes, 54, artesão, que mora na rua há dois anos. As informações são do site uol
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