Produtores de laranja do interior de São Paulo estão destruindo pomares
porque não têm para quem vender o produto. A crise no setor é causada pelas
supersafras dos últimos dois anos e a redução mundial do consumo de suco. A
perda da produção em 2012 deve variar entre 50 e 100 milhões de caixas da
fruta, segundo estimativas da Câmara Setorial de Citricultura do Ministério
da Agricultura e da Associação Nacional dos
Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).
Somente
na cidade de Taquaral (SP), o citricultor Nelson Martins Pontes mandou derrubar
nesta quinta-feira (26) cerca de 6 mil pés de laranja do tipo Hamilin. Também
nesta quinta, produtores realizaram um protesto em Taquaritinga (SP)
e distribuíram 200 litros de suco para a população.
Marco Antônio dos Santos, membro da Câmara Setorial de Citricultura do
Ministério da Agricultura e do Sindicato Rural de Taquaritinga, explica que a
destruição dos pés de fruta é necessária para evitar a proliferação de doenças
que poderiam atingir pomares ainda saudáveis. “Já tem mais de 8 milhões de
caixas no chão, o produtor não pode deixar isso apodrecer no pé”.
Segundo
a CitrusBr, o excesso de laranja foi causado pela supersafra de 2011, quando
foram produzidas 428 milhões de caixas, sendo que São Paulo reponde por 90% da
produção nacional. A capacidade da indústria de processamento é de
aproximadamente 247 milhões de caixas por ano. Em 2012, porém, os laranjais
voltaram a produzir uma safra acima do esperado, cerca de 365 milhões de
caixas.
A
CitrusBr também afirma que, desde 2000, o consumo mundial de suco concentrado
caiu de 2,7 para 2 bilhões de toneladas.
A
concorrência com outras bebidas, como os isotônicos e as águas saborizadas, é
apontada como a principal causa para o encolhimento do mercado, mas a crise
econômica na Europa e restrições dos Estados Unidos ao produto brasileiro por
causa do uso de um agrotóxico proibido naquele país – Carbendazim – também
prejudicaram as vendas.
Fim
Pontes,
que colocou o pomar abaixo em Taquaral, disse que migrará para a produção
de cana-de-açúcar para evitar prejuízos no futuro. Só na safra deste ano ele
perdeu R$ 100 mil em investimentos. “É o fim da linha”, disse.
Fonte: G1
Somente na cidade de Taquaral (SP), o citricultor Nelson Martins Pontes mandou derrubar nesta quinta-feira (26) cerca de 6 mil pés de laranja do tipo Hamilin. Também nesta quinta, produtores realizaram um protesto em Taquaritinga (SP) e distribuíram 200 litros de suco para a população.
Marco Antônio dos Santos, membro da Câmara Setorial de Citricultura do Ministério da Agricultura e do Sindicato Rural de Taquaritinga, explica que a destruição dos pés de fruta é necessária para evitar a proliferação de doenças que poderiam atingir pomares ainda saudáveis. “Já tem mais de 8 milhões de caixas no chão, o produtor não pode deixar isso apodrecer no pé”.