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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Facebook bloqueia usuárias que aparecem seminuas em fotos da Marcha das Vadias


O Facebook bloqueou a conta de manifestantes da Marcha das Vadias após elas terem publicado na rede social fotos em que apareciam com os seios à mostra.
A marcha, que ocorreu neste sábado (26) em algumas cidades brasileiras, pretende chamar a atenção para os diversos tipos de violência sofridos pelas mulheres

Pelo menos duas manifestantes em São Paulo e uma no Rio tiveram seus perfis bloqueados e ficaram impossibilitadas de interagir na rede social temporariamente, segundo uma usuária que foi censurada. Era possível entrar no Facebook, mas não compartilhar nenhum tipo de conteúdo no site.

Em Belo Horizonte, a página oficial da marcha na cidade publicou nota dizendo que fotos publicadas na rede social também foram censuradas.
Procurada, a empresa não quis se pronunciar. A assessoria de imprensa disse que o Facebook não se manifesta sobre casos específicos.
A militante do movimento feminista Luka Franca, 26, teve seu perfil bloqueado por 24 horas após publicar uma foto sua, ao lado de sua filha, de 3 anos, com os seios descobertos.

"Eu coloquei a foto no domingo à tarde. Quando entrei no Facebook no dia seguinte, pela manhã, meu perfil estava bloqueado", diz Franca. "Eu podia apenas entrar no bate-papo e aprovar pedidos de amizade. Só percebi quando fui 'curtir' o que um amigo tinha publicado".
Segundo Luka, a foto havia sido publicada em um álbum privado.

CRITÉRIO SUBJETIVO
Segundo os padrões da comunidade da rede social, "o Facebook tem uma política rígida contra o compartilhamento de conteúdo pornográfico e impõe limitações à exibição de nudez".

Para a foto ter sido excluída --e a usuária, bloqueada--, pelo menos um usuário denunciou a publicação das fotos no site. Para definir o que pode ou não ser considerado pornográfico ou nudez, cada caso é avaliado separadamente.

Na mesma página, a rede social diz que "se você encontrar algo no Facebook que considerar uma violação aos nossos termos, informe-nos". Apesar do pedido, há a ressalva que "denunciar um conteúdo não garante que ele será removido do site".

PUNIÇÃO NA REDE
Quando bloqueado, um usuário fica impedido de acessar diversas funções do site temporariamente, como publicar, compartilhar ou "curtir" uma publicação ou um compartilhamento feito por terceiros. Caso o perfil seja reincidente por mais duas vezes, a conta é desativada.

"É tipo um colégio marista", diz a militante. "Se você tomar três suspensões, na terceira você é expulsa."

Ela diz que, como forma de protesto, um amigo compartilhou a mesma foto na rede social. "Ela [a foto] ficou quase o dia todo no ar, mas depois foi removida", diz. "Ele não foi bloqueado, só retiraram a foto do perfil dele. Eu e a Paula Lion [outra usuária que teve o mesmo problema] ficamos 24 horas bloqueadas".

Fonte: Folha de São Paulo

Mulher registrada como Regimar consegue na Justiça provar que não é homem em MG

Regimar mostra documentos em que ela é identificada como sendo do sexo masculino
A dona de casa Regimar Linhares da Silva, 35, afirmou ter “realizado um sonho” ao ser informada nessa segunda-feira (28) sobre decisão favorável da Justiça de Minas Gerais que vai permitir a mudança de sua certidão de nascimento. O documento trazia a mulher, mãe de seis filhos, como sendo do sexo masculino. Agora, será retificado.
Ela também poderá acrescentar a letra “a” no final do nome, que passará a ser grafado como “Regimara”. Segundo a mulher, que havia entrado com a ação seis meses atrás, o advogado que a defendia no caso a chamou em seu escritório para lhe dar uma cópia da decisão da Justiça de Patos de Minas (400 km de Belo Horizonte).
Eu estou sentindo muita alegria e realizei um sonho. Estou rindo até agora”, disse a mulher a reportagem. Segundo ela, o advogado a informou que um ofício será enviado pela Justiça a cartório da cidade de Anápolis, no Estado de Goiás, onde ela foi registrada, para que seja fornecida uma nova certidão de nascimento. O documento também servirá de base para que o nome dela seja alterado na certidão de nascimento dos filhos registrados em Minas Gerais.
O processo não foi rápido. O advogado afirmou que precisou juntar ao autos exames ginecológicos e ultrassonografias de Regimar(a) para para provar que ela é de fato do sexo feminino.
“Dentro de 30 dias, no máximo, já vai ser tudo resolvido”, disse. A mulher não escondia a felicidade em poder realizar outro desejo, o de formalizar a união com o companheiro, pai de cinco dos seis filhos dela, e com quem vive há 16 anos. “Era um sonho dele também. Ele está achando a coisa melhor do mundo. E agora a gente vai poder realizá-lo. Quero casar na igreja, como manda o figurino. Só estou esperando agora juntar um dinheiro para marcar a data”, disse.


A mulher afirmou somente ter tido ciência do erro na certidão de nascimento quando tentou regularizar anteriormente a situação com o atual companheiro, mas teria sido impedida de fazê-lo por conta de ser considerada do sexo masculino. Conforme relato dela, por vergonha e por falta de orientação jurídica, não quis tentar mudar a situação.Brincadeiras

No entanto, Regimar(a) afirmou que a pressão da família e o desejo de se casar a fez mudar de opinião e passou a tentar modificar o documento. Segundo ela, o companheiro reclamava de constrangimentos no ambiente de trabalho, por ser intitulado de o “homem casado com outro homem”.
Ainda conforme relato dela, as crianças matriculadas em escolas também eram alvos dos colegas, que se valiam do erro na certidão da mulher para ridicularizá-las. A dona de casa disse que espera o fim de “brincadeiras” que eram feitas com a família. “Agora acabam as piadas, se Deus quiser”, afirmou.
Regimar(a) disse que os filhos também receberam com muito alívio a decisão favorável da Justiça. “Está todo mundo tão feliz que queriam que eu fizesse uma festa. Mas avisei aos meus filhos que vou deixar a festa para o casamento”, disse entre risos.   
Fonte: Site Uol.