Falta de funcionários, veículos impróprios, demora para transportar os corpos e desrespeito aos familiares.
Esse é o retrato do Serviço Funerário Municipal de São Paulo, administrado pela prefeitura, encontrado pela reportagem na última semana.
O número insuficiente de servidores, principalmente motoristas, faz com que famílias cheguem a esperar 12 horas pela remoção dos corpos, em casa ou nos hospitais.
Segundo a prefeitura, a frota é composta por 117 veículos próprios --33 estão inutilizados e 28 em conserto-- e 60 veículos adaptados.
"Meu filho morreu às 20h35. O corpo só chegou ao Serviço de Verificação de Óbitos às 11h do dia seguinte", diz Aumirene Lemos, mãe de criança de 12 anos que morreu no hospital após sofrer parada cardiorrespiratória.
Sem funcionários e com veículos insuficientes, os corpos transportados pelos rabecões são levados uns sobre os outros, o que é proibido, e enrolados em lençóis e cobertores, já que a prefeitura não fornece sacos apropriados.
O único veículo com ar-condicionado, que deveria ser usado para refrigerar os corpos, é usado para carregar flores, para não estragarem.
Funcionários de agências funerárias da Grande SP agem clandestinamente ofertando serviços aos familiares. Alguns possuem ponto fixo há mais de 15 anos, segundo apurou a reportagem.
As Informações são do Jornal Folha de São Paulo.