Os eventos extremos do tempo neste verão americano, a seca, as ondas de calor e os incê ndios têm merecido grande cobertura da imprensa.
ABC World News, NBC Nightly News, and CBS Evening News cobriram um relatório da Administracão Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) ligando eventos extremos do tempo à mudança do clima. The New York Times, CNN, e muitos outros veículos da mídia fizeram a mesma coisa.
Sam Champion, o homem do tempo da ABC News, levou a coisa um passo adiante, comentando com a apresentadora Diane Sawyer: “Agora é a hora de começarmos a limitar nossa emissões de gases estufa.”
Para aqueles que trabalham com a mudança do clima, esta convocação à ação não é uma grande surpresa. Mas ver a cobertura do tema nas redes de TV é algo incomum. A ocorrência de eventos extremos, porém, é verdadeiramente impressionante e não pode ser ignorada.
Mais de 50 por cento das colheitas do país já sofrem com as secas. Como resultado, o secretário de agricultura Tom Vilsack acaba de designar mais de 1.000 condados em 26 estados como áreas de desastre – a maior declaração deste tipo na história americana. Nacionalmente, 170 recordes de temperatura foram quebrados em junho de 2012.
O relatório da NOAA estabelece uma ligação entre alguns tipos de eventos extremos do tempo e a mudança do clima. E vai mais além que a maioria dos relatórios anteriores ao estabelecer laços diretos entre desastres particulares e mudança induzida pelo homem ao mostrar que as probabilidades de tais eventos ocorrerem são significativamente maiores em um mundo mais aquecido.
Como disse Thomas Karl, diretor da instituição, no programa PBS NewsHour: “A evidência científica, as análises, o exame de modelos do clima, a observação de dados nos levam a acreditar, na verdade, que os humanos estão tornando estes eventos mais intensos e fortes do que teriam sido de outra forma.”
É certamente cedo demais para dizer se a grande mídia esta mudando de curso em relação à mudança do clima. Veículos nacionais têm sido notoriamente relapsos quanto ao assunto em anos recentes. De acordo com uma análise recente da Media Matters, a cobertura da ciência do clima caiu 72 por cento entre 2009 e 2011.
Mas a cobertura recente é uma indicação de que a ligação entre mudança do clima e tempo extremo está começando a ser melhor entendida. Talvez com isto, a atenção das pessoas trará o assunto para o centro das conversas cotidianas.
Segundo nova pesquisa realizada na última sexta-feira pelo Washington Post e a Universidade Stanford, 60 por cento das pessoas acreditam que “os padrões em torno do mundo estão mais instáveis nos últimos três anos que em anos anteriores”, relata o Insights.
Foto: U.S. Department of Agriculture
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