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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Lula faz propaganda pró-Haddad no "Programa do Ratinho"


Depois da polêmica em que se envolveu com o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre o julgamento do mensalão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a ida ao "Programa do Ratinho", do "SBT", na noite desta quinta-feira (31), para fazer abertamente propaganda para o pré-candidato petista à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.
A discussão com Mendes só foi retomada no final da entrevista, quando o apresentador fez menção ao assunto. "Quem inventa a história, que prove a história", afirmou Lula, sem acrescentar mais nada. Ao longo da última semana, após reportagem publicada na revista "Veja", Lula e o ministro do Supremo trocaram acusações. Mendes acusa Lula de tentar pressioná-lo a ajudar no adiamento do julgamento do mensalão em troca de "blindagem" na CPMI do Cachoeira. Lula nega a acusação.
Em clima de horário eleitoral gratuito na TV, o apresentador Carlos Massa, conhecido como Ratinho, foi direto ao ponto e perguntou, depois de algumas poucas perguntas sobre outros temas, o motivo de Lula ter escolhido Haddad como o nome do PT para a disputa municipal em São Paulo. "Acho que São Paulo precisa de um prefeito que tenha o mesmo entusiasmo que o Haddad mostrou quando era ministro da Educação", afirmou. Ratinho chamou Haddad ao palco para participar da entrevista junto com Lula.
"Convivi com a Marta [Suplicy] por 30 anos, e acho que ela foi uma excelente prefeita. Era o momento da gente apresentar uma coisa nova para a cidade de São Paulo", disse Lula.
"E ele é bonitão", disse Ratinho logo em seguida, em referência a Haddad. Marta disputava com ele a indicação petista para as eleições deste ano na capital paulista. "Haddad já entrou para a história como o ministro da Educação que mais criou escolas técnicas neste país", afirmou o ex-presidente.
ProUniLogo em seguida, Ratinho chamou Haddad ao palco. Até então, ele acompanhava a entrevista da primeira fila do auditório junto com o prefeito de São Bernardo do Campo (no ABC) e pré-candidato à reeleição, Luiz Marinho (PT).
Na sequência, o programa exibiu uma reportagem sobre os avanços do ProUni (Programa Universidade para Todos) sob a gestão de Haddad, quando era ministro da Educação. "Foi a maior revolução feita na história da educação deste país", disse Lula após a reportagem.
"Antes você via menino nascido na periferia sem nenhuma possibilidade de entrar em uma Universidade, de ser médico", disse o ex-presidente. "Hoje você vê os pobres deste país entrando na Universidade. Nordestino vinha para São Paulo só para ser ajudante de pedreiro. E o nordestino, a gente, quer é ser médico e engenheiro", afirmou.
Haddad começou sua fala atacando o sistema público de saúde. "Faltam leitos, falta atenção básica. O Sistema Único de Saúde está desarticulado e a gestão dos recursos não está tão boa quanto deveria estar", disse Haddad.
"Posto de Saúde não conversa com AMA, AMA não conversa com pronto-socorro e aí o atendimento sempre recomeça do zero", afirmou Haddad. "Tem o drama das filas para agendar consulta, para agendar exames, para cirurgia", disse o pré-candidato. "Vamos fazer um programa de gestão integrada para resolver estes problemas", afirmou.

Provocação

"O povo está topando votar no novo?", perguntou Ratinho à dupla petista. "Sim, a população votará no novo porque quer mudança em São Paulo", disse Lula.
"Sai do Ministério da Educação no dia do aniversário de São Paulo, que é a data do meu também", disse Haddad. "O que fiz desde então foi visitar bairros, ouvir gestores, lideranças comunitárias e o que eu mais ouvi é que se quer mudança em São Paulo", afirmou o pré-candidato.
"O que depende do presidente, como gerar empregos e gerar renda, está sendo feito", disse Haddad. "Da porta para dentro, a vida melhorou. Agora, da porta para fora, temos trânsito, falta de professor, coisas que dependem do prefeito", disse Haddad.

Questionado se seria novamente candidato à Presidência da República, Lula disse que a candidata natural é a presidente Dilma Rousseff, mas não descartou a possibilidade. "A única hipótese de eu ser candidato é se ela não quiser. Não vou permitir que um tucano volte ao poder no Brasil", afirmou.2014

"José Serra, você está lascado", disse Ratinho logo depois.
"Tem gente que não gosta de mim porque pobre está comprando carro novo, está viajando de avião", disse o ex-presidente. "Mas é assim que este país tem que ser", afirmou.
Haddad completou a fala. "Muita agente reclamou do bolsa-família pois seria assistencialista. O orçamento da Educação passou de R$ 20 bilhões para R$ 80 bilhões. São ações conjuntas, é um todo", disse o pré-candidato.
Durante o programa, Lula ainda falou sobre seu câncer, sobre o Corinthians e sobre a amizade que mantém Ratinho. Também foi exibida uma reportagem sobre a vida de Lula e um depoimento do ex-jogador de futebol Ronaldo. A participação de Lula no programa durou pelo menos 40 minutos.
O filho de Ratinho, o deputado federal Carlos Roberto Massa Junior (PSC), pré-candidato à Prefeitura de Curitiba, também foi lembrado em um dos vídeos exibidos ao longo do programa.

Legislação eleitoral

A participação do presidente Lula e do pré-candidato do PT Fernando Haddad em uma transmissão de televisão, como o "Programa do Ratinho", pode ser considerada propaganda eleitoral antecipada por promover um vínculo direto entre Haddad, Lula e a disputa eleitoral em curso.
Segundo a legislação, a propaganda eleitoral só está autorizada a partir de 6 de julho, quando partidos, candidatos e coligações estão autorizados a fazer propaganda na internet, desde que não seja paga, e utilizar, das 8h às 22h, alto-falantes ou amplificadores de som, nas suas sedes ou em veículos.
Além disso, a data também marca o início do período em que poderão ser realizados comícios e estará autorizado o uso de aparelhagem de sonorização fixa, das 8h às 24h.
A propaganda eleitoral obrigatória em rede de rádio e TV só começará em 21 de agosto.
As Informações são do site Uol.


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