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sábado, 17 de maio de 2014

Juiz disse que cultos afro-brasileiros não são religião.


Rio - A indignação de religiosos de diferentes cultos contra a decisão do juiz federal Eugênio Rosa de Araújo vai engrossar o protesto planejado pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. Representantes católicos já estão garantidos.

O frei franciscano David Raimundo dos Santos diz que o magistrado demonstrou desconhecer as religiões afro-brasileiras. “A definição de religião que o juiz tem na cabeça revela total desconhecimento das teses teológicas”. Ele avalia que o texto justifica a mobilização dos adeptos do candomblé e umbanda. “Caso os membros das religiões afro façam protestos, terão o apoio de nós, católicos”, afirmou o frei. 
O pastor batista Henrique Vieira também pretende apoiar possíveis manifestações contrárias à decisão. “Essa decisão desrespeita a identidade cultural e religosa que é legítima. É uma violência que se dá no âmbito do discurso”, observou. 

O babalorixá Marcio Jagun, autor da denúncia à procuradoria, considerou que o juiz reforçou o preconceito contra as religiões. “O magistrado acabou fundamentando as agressões. Se ele, enquanto autoridade, desconsidera como manifestação legítima, acaba referendando as agressões”,desabafou.

Juiz disse que cultos afro-brasileiros não são religião

Os adeptos das religiões afro-brasileiras, que lutam há tempos para garantir respeito à sua fé, sofreram duro golpe na Justiça. Uma decisão do juiz Eugênio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio, considerou que a umbanda e o candomblé não são manifestações religiosas. O posicionamento gerou revolta e um protesto está sendo programado.

O texto polêmico é do dia 28 de abril, quando o juiz negou liminar de uma ação proposta pelo Ministério Público Federal que pedia a retirada da internet de 15 vídeos tidos como ofensivos às crenças de matriz africana. “As manifestações religiosas afro-brasileiras não se constituem em religiões”, escreveu. O magistrado considerou que os vídeos apenas manifestavam a livre expressão de opinião. O MPF recorreu contra a decisão. 

Em outro trecho, opinou que cultos afro “não contêm os traços necessários de uma religião, a saber, um texto-base (Corão, Bíblia etc) ausência de estrutura hierárquica e de um Deus a ser venerado”. Isso revoltou os seguidores dessas crenças. 

“Ele ofende a lei quando decide com uma opinião preconceituosa”, questionou o babalaô Ivanir dos Santos, representante da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. “O Papa Francisco me recebeu como líder religioso e o juiz não me reconhece como tal?”. Membros da Igreja concordam com Ivanir. “A tradição africana é oral, o que não impede que o candomblé tenha uma teologia sistematizada”, explica o frei franciscano David Raimundo dos Santos. 
Babalaô Ivanir dos Santos foi recebido pelo Papa Francisco, na visita ao Brasil, como líder religioso

Ivanir pretende representar contra o magistrado no Conselho Nacional de Justiça, além de chamar uma manifestação que terá também representantes católicos , evangélicos e integrantes de outras religiões. 

A decisão do juiz surpreendeu o procurador Jaime Mitropoulo, responsável pela ação, que até esperava alguma resistência, mas nada parecido. “Nos causou ainda mais espanto que na decisão ele se sentiu no direito de dizer o que é ou não religião”, afirmou Mitropoulo. 

De acordo com o MPF, a decisão fere a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Constituição Federal e o Estatuto de Igualdade Racial. Mitropoulo critica também a manutenção dos vídeos considerados ofensivos e preconceituosos: “O poder público é obrigado a coibir o uso abusivo dos meios de comunicação social a fim de evitar que sejam propagadas mensagens com conteúdos que caracterizem discriminação de cunho religioso”.


Procurado, o juiz federal informou, por meio da assessoria, que não faria comentários sobre o caso.

Procuradoria: há uma intenção de associação ao ‘mal’ 

A maioria dos vídeos expõe cultos com práticas de exorcismo. Em um deles, um homem supostamente possuído por uma entidade diz que é homossexual e que está com o vírus HIV. “Você está vendo que ele está falando em linguagem, em dialeto de Candomblé”, diz o pastor que conduz a conversa com o homem. 

Em outro vídeo, um pastor afirma que não existe como alguém ser de bruxaria e de magia negra, ou ter sido, e não falar em dialeto africano. Para a procuradoria, há nos vídeos intenção de estabelecer uma associação ao ‘mal’ e do ‘demônio’ com as manifestações religiosas de matriz africana.

Fonte: O Dia

Lula diz que é 'babaquice' querer metrô até dentro dos estádios da Copa.

Durante palestra para blogueiros e ativistas digitais nesta sexta-feira em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu ao plateia ao adotar a linguagem de baixo calão mais apropriada às arquibancadas do que às tribunas e perguntou "Que babaquice é essa?", ao se referir às exigências do Comitê Organizador da Copa do Mundo em relação aos transportes públicos.

"Nós nunca tivemos problemas em andar a pé. Vai a pé, vai descalço, vai de bicicleta, vai de jumento, vai de qualquer coisa, mas o que a gente está preocupado é que tem que ter metrô, tem que ir até dentro do estádio? Que babaquice é essa? Tem que dar garantia para essa gente assistir ao jogo, tem que ter o melhor da comida brasileira, tem que tratar bem as pessoas nos hotéis...", disse o ex-presidente.

Lula afirmou que a Copa será o momento de o Brasil "mostrar sua cara", que "esconder pobre está fora de cogitação" e que tem "muto orgulho" de ter um sido um dos responsáveis por trazer a Copa e as Olimpíadas para o Brasil. Lula ainda explicou que não fez isso pensando em dinheiro mas em ter eventos desse porte no país.

Sobre as manifestações que acontecem em todo o Brasil contra a Copa do Mundo, Lula ressaltou que "não há dinheiro público" para construção de estádios — que são financiados pelo BNDES — e disse que as obras que não ficarem prontas para o Mundial servirão de legado para "depois da Copa".

Fonte: O Dia



quinta-feira, 1 de maio de 2014

Maior parte do Cantareira está com 3,1% da capacidade

Responsáveis pelo armazenamento de oito em cada dez litros de água do sistema Cantareira, os reservatórios Jaguari e Jacareí apresentavam ontem apenas 3,1% de sua capacidade preenchidos.

Os dados são da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP).
Interligadas, essas duas barragens, que banham várias cidades na região de Bragança Paulista (85 km de SP), têm capacidade para armazenar 807,4 bilhões de litros de água. Isso equivale a 81,7% dos 988,7 bilhões de litros de água suficientes para encher todo o sistema Cantareira.
Ontem, os dois reservatórios operavam com 25 bilhões de litros de água.
Essa quantidade corresponde, em litros de água, à queda do nível de armazenamento registrada pelo sistema Cantareira entre o dia 2 deste mês e ontem (29 dias).
Resposta
Questionados ontem à tarde sobre o fato de os reservatórios Jaguari e Jacareí estarem operando com 3,1% de sua capacidade, o governo do Estado, a Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP) não se manifestaram sobre o assunto.
A assessoria de imprensa da secretaria disse que só teria se posicionar sobre o tema na próxima segunda-feira.
Já as assessorias do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e da Sabesp não responderam.